Três campeões da Copa do Brasil ganharam a Libertadores no ano seguinte

Porém, desde 2001, quando os participantes do torneio continental não puderam mais atuar na competição nacional, ninguém mais levou a taça

O Corinthians comemora por já estar garantido na Taça Libertadores da América de 2010, meta que outros clubes da Série A vão ter de lutar para alcançar até dezembro, quando serão definidos os quatro mais bem colocados do Campeonato Brasileiro. Apenas o Cruzeiro tem chance de se garantir antes, caso seja campeão da atual edição, já que está na final contra o Estudiantes (ARG).

Os representantes nacionais que vão para a Libertadores com o passaporte carimbado pela Copa do Brasil, nem sempre chegam longe na disputa continental. Em 20 edições do torneio nacional, em três ocasiões o vencedor também levantou o troféu da competição continental: Grêmio (ganhou a Copa do Brasil em 1994 e a Libertadores em 1995), Cruzeiro (1996/1997) e Palmeiras (1998/1999). O número é igual aos que vão credenciados com o título do Campeonato Brasileiro: Flamengo (ganhou o Brasileirão de 1980 e a Libertadores de 1981), São Paulo (1991/1992) e Vasco (1997/1998).

Veja o desempenho dos campeões da Copa do Brasil na Libertadores do ano seguinte

Campeão da Copa do Brasil	Campanha na Libertadores
2008 – Sport	2009 – caiu nas oitavas
2007 – Fluminense	2008 – vice-campeão
2006 – Flamengo	2007 – caiu nas oitavas
2005 – Paulista	2006 – caiu na primeira fase
2004 – Santo André	2005 – caiu na primeira fase
2003 – Cruzeiro	2004 – caiu nas oitavas
2002 – Corinthians	2003 – caiu nas oitavas
2001* – Grêmio	2002 – caiu nas quartas
2000 – Cruzeiro	2001 – caiu nas quartas
1999 – Juventude	2000 – caiu na primeira fase
1998 – Palmeiras	1999 – foi campeão
1997 – Grêmio	1998 – caiu nas quartas
1996 – Cruzeiro	1997 – foi campeão
1995 – Corinthians	1996 – caiu nas oitavas
1994 – Grêmio	1995 – foi campeão
1993 – Cruzeiro	1994 – caiu nas oitavas
1992 – Internacional	1993 – caiu na primeira fase
1991 – Criciúma	1992 – caiu nas quartas
1990 – Flamengo	1991 – caiu nas quartas
1989 – Grêmio	1990 – caiu na primeira fase

* Primeiro ano em que as equipes que estavam na Libertadores passaram a não poder participar da Copa

Depois que o regulamento mudou, em 2001, não permitindo que as equipes que estivessem classificadas para a Libertadores também disputassem a Copa do Brasil, ninguém mais ganhou. O melhor desempenho foi do Fluminense, no ano passado, quando foi vice-campeão, perdendo para a LDU (EQU).

– Outras equipes vão estar disputando (o Brasileiro) para adquirir essa condição (vaga na Libertadores). Nós já temos isso confirmado. Então, temos que aproveitar a vantagem de seis meses para planejar melhor o que vai acontecer – avaliou Mano Menezes ao comentar os planos para o Corinthians na competição continental.

‘Maldição do centenário’ faz técnico Mano esquecer craques: ‘Pirotecnia não resolve’

Treinador descarta montar time com jogadores renomados para disputar a Libertadores pelos exemplos ruins de outros clubes

No ano do centenário, Ronaldo estará junto de Mano Menezes muito provavelmente

Edu, Lucas, Tevez, Dida e até Ronaldinho Gaúcho. A lista de possíveis reforços para formar a constelação corintiana na Taça Libertadores de 2010 já é bastante grande. Mas, no que depender da vontade do técnico Mano Menezes, a chegada de estrelas ao Parque São Jorge não acontecerá em número tão grande. Com medo de repetir o fracasso de outros clubes que investiram em jogadores renomados no ano do centenário, o treinador está de olho no tradicional “bom e barato”.

– Vimos grandes clubes no ano do centenário pensarem em pirotecnia, montar times dos sonhos e nunca deu certo, não resolveu. Talvez, a regra a ser seguida não seja essa. Grandes times, que realmente se tornam ganhadores, não são montados dessa maneira. Temos grandes jogadores que precisam ser encontrados e que vão crescer com a camisa do Corinthians. Acredito muito em jogadores que querem crescer na vida – afirmou.

Mano cita como exemplo o próprio Corinthians. Após o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, a diretoria investiu em jogadores que haviam se destacado em equipes menores, como André Santos (Figueirense), Chicão (Figueirense) e Elias (Ponte Preta). Todos, agora, estão cotados para serem negociados com o futebol europeu na reabertura do mercado, em agosto.

– A grande maioria não chegou aqui no ano passado com esse status que tem agora – acrescentou.

O treinador, porém, não pretende evitar a contratação de nomes de peso. Entretanto, acredita que mesclá-los com jovens promessas seja fundamental para que o Corinthians atinja o maior objetivo da próxima temporada: vencer, enfim, a tão sonhada Taça Libertadores.

– Jogadores de qualidade diferenciada são importantes, mas sabemos que a realidade exige competitividade também. Fizemos isso no início da temporada e tivemos um ganho. Agora, talvez, a gente possa fazer as duas coisas novamente para continuar crescendo – completou.

O temor de Mano Menezes com o ano do centenário tem lógica. Entre os grandes, o único que conseguiu se destacar foi o Vasco, em 1998, com os títulos carioca e da Libertadores. Flamengo, com o temido ataque Sávio, Romário e Edmundo, Fluminense, Grêmio, Botafogo, Atlético-MG, Coritiba e Internacional, batido pelo Timão na final da Copa do Brasil, não conseguiram títulos de grande expressão (o Colorado ainda pode conquistar o Brasileirão).

São Jorge da Fiel comemora boa fase

Jorge Henrique recebe LNET!, relembra infância difícil e revê campo onde começou no futebol

Atacante chegou no início do ano e já ganhou o carinho da Fiel

– Aqui, eu morro com gosto!

A frase foi dita por Jorge Henrique durante a infância, no campinho próximo à Igreja de Vila Santa Isabel, bairro de Resende (RJ).

Acompanhado do LANCENET!, o atacante, campeão da Copa do Brasil na última quarta-feira, voltou para o lugar onde cresceu e deu os primeiros chutes e cabeçadas na bola, tais quais os que renderam dois gols na decisão contra o Inter.

Hoje, Rick, como é conhecido por amigos e familiares, já virou o “presidente” do bairro, segundo brincadeiras de pessoas presentes. Durante o tempo que esteve com a reportagem, Jorge Henrique reviu conhecidos, distribuiu autógrafos, tirou fotos e até aproveitou para bater uma bola com a molecada.

Desde pequeno foi um menino obediente, a não ser quando aprontava para fazer o que mais gosta.

– Ficava mais de cinco horas nesse campinho jogando bola. Tenho um carinho muito grande por todos, bateu uma saudades imensa quando encontrei as crianças brincando aqui – revelou o atacante.

– Eu queria que ele estudasse, e ficava desesperada quando sabia que ele tinha faltado na escola para jogar bola. Aí falava: “Você vai morrer nesse campo, menino”. Mas era o que ele gostava – conta a tia Sebastiana, quem Jorge considera como mãe.

Da mãe biológica, ele não gosta de falar, nem mesmo para os amigos mais próximos. Foi Sebastiana quem ficou ao seu lado após a morte do pai, quando tinha 12 anos de idade, e nos primeiros sofridos meses de Náutico, cinco anos mais tarde.

A aventura começou quando Jorge e alguns colegas de uma escolinha de futebol conheceram um empresário, que levou-os para Recife (PE).

– Nunca tinha saído de casa, ou ficado longe por tanto tempo da família. Morava com meu empresário, mas não me adaptei. Eu ficava noites acordado, saía procurando um orelhão, falava que queria voltar. Outras vezes caminhava pela rua no meio da madrugada, parecendo um indigente – lembra o atacante.

A tia revela que foram a frieza e confiança em sua capacidade que a fizeram convencê-lo a não desistir.

– Ele ficou totalmente sozinho. Os meninos que foram com ele desistiram e voltaram. Ele ligava chorando quase todos os dias, mas eu dizia que ele deveria ficar, que se tivesse ido para o exército também não voltaria. Foi sofrido – disse Sebastiana.

Alguns anos se passaram e a maré foi mudando para melhor. Jorge conheceu a esposa Eunice, com quem teve Thiago Henrique há três meses, e sagrou-se duas vezes campeão pernambucano. Depois, chamou a atenção do Atlético-PR. Sem jogar, tentou a sorte no Ceará, mas lá não recebia salários. Decidiu voltar para Recife e jogou de graça no Santa Cruz por alguns meses. Então, chegou ao Botafogo e, enfim, o interesse do Corinthians, no fim de 2008.

Com mais de seis meses no Parque São Jorge, o atacante ainda não sabe o que é perder: em 30 partidas, foram 18 vitórias e 12 empates.

– Isso é muito bom. Fui campeão invicto do Paulista, da Copa do Brasil e quem sabe do Brasileiro (risos)?

De volta ao trabalho segunda-feira, Jorge quer aproveitar o tempo com aqueles com quem se sente melhor. Ele comprou uma casa em Resende para ficar perto dos familiares quando estiver de folga. Seja aqui, ou nos braços da Fiel, ele morre feliz…

Folga de quatro dias para a maioria dos titulares do Corinthians

Jogadores que foram a Brasília visitar Lula, além de André Santos, só se reapresentam na segunda-feira. Na quarta, Timão encara o Fluminense

Dois dias após a conquista da Copa do Brasil, o Corinthians ainda está em ritmo de recuperação após as comemorações, que começaram em Porto Alegre e se estenderam à Brasília.

Ronaldo, Dentinho, Cristian, Jorge Henrique e William, que foram à capital federal se encontrar com o presidente Lula, na quinta-feira, ganharam folga até segunda. O lateral-esquerdo André Santos também não precisou se reapresentar nesta sexta-feira, já que ficou longe de casa por mais de um mês – foi campeão da Copa das Confederações com a seleção brasileira e, na volta, foi direto para a concentração do Corinthians, antes da final em Porto Alegre.

Os demais jogadores foram ao Parque São Jorge apenas para realizar uma atividade física e também estão liberados das atividades no final de semana. O próximo compromisso do Corinthians será pelo Brasilerão, na quarta-feira, quando enfrenta o Fluminense, no Pacaembu.

Mano escala Ronaldo no Brasileirão: ‘Vai jogar todos os jogos que puder’

Técnico corintiano garante que Fenômeno não terá programação especial e atuará em ‘todo o Brasil’

Mano garante: Ronaldo jogará dentro e fora

Ronaldo chegou ao Corinthians no início do ano e começou a entrar em campo paulatinamente, até melhorar sua forma física e já demonstra capacidade de jogar seguidamente.

O Fenômeno só vinha sendo poupado em razão da necessidade de economizar energia para as partidas decisivas da Copa do Brasil, competição disputada paralelamente ao Campeonato Brasileiro. Mas e agora, com o fim da Copa do Brasil, como Mano Menezes irá utilizar o jogador?

– Ele vai jogar todos os jogos que puder, da mesma forma que vinha sendo, vai continuar se cuidando da mesma maneira e vamos procurar ainda uma evolução na condição individual – avisa o treinador.

E os torcedores brasileiros que estão ansiosos por rever o Fenômeno pertinho de casa podem ficar aliviados. O treinador corintiano não vê necessidade em preservar Ronaldo das viagens.

– Ele vai jogar por todo o Brasil, vai jogar fora de casa como fez dentro do Campeonato Paulista e da Copa do Brasil.

Títulos bancam Ronaldo no Corinthians

Conquistas e primeiro semestre de sucesso podem ajudar a garantir o atacante para 2010

Fenômeno comemorou dois títulos no Timão e deve ficar no Centenário

Ronaldo significa títulos para o Corinthians. E títulos significam Ronaldo para o Corinthians.

Com a premiação das conquistas do Paulista e da Copa do Brasil nesta temporada, o clube já recebeu mais de R$ 5 milhões: foram R$ 2 milhões pela conquista estadual, e mais R$ 3,2 milhões com a Copa do Brasil.

O montante já pagaria os salários do Fenômeno até o fim deste ano, quando acaba seu contrato.

Parte da premiação dos títulos, é claro, será dividida entre os atletas que participaram da campanha e membros da comissão técnica.

Já os gastos contratuais com Ronaldo até o fim deste ano serão de R$ 4,8 milhões (R$ 400 mil em doze meses), sem considerar os encargos sociais, que aumentariam o valor. Outra parte do salário é paga pelos patrocinadores: 80% do valor do contrato com o Grupo Silvio Santos (R$ 9 milhões, até o fim de 2009) e com o Grupo Hypermarcas (R$ 4,5 milhões, até o fim da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2010).

O fato é que os títulos aproximam Ronaldo cada vez mais de sua permanência no clube: pela ajuda financeira em manter o atleta e pelos projetos profissionais, como a disputa da Copa Libertadores em 2010.

Ronaldo, com o valor dos patrocinadores, é o atleta mais bem pago do Brasil. No Corinthians, pela volta com sucesso ao futebol, bom relacionamento com todos no clube e os resultados em campo, considera-se o “homem mais feliz do mundo”.

– Não poderia imaginar uma volta tão boa assim – disse, na quarta-feira, após a conquista do título.

– Tudo o que combinei com o Ronaldo está sendo cumprido, da minha parte e da dele. Automaticamente, nós temos a preferência por mais um ano de contrato. Está 50% acertado – garantiu o presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.

Dívidas aumentam no ano

O balancete quadrimestral divulgado pelo clube no início do mês passado apontou um déficit de quase R$ 6 milhões. A dívida total, que era de R$ 97 milhões em dezembro do ano passado, pulou para R$ 103 milhões.

Neste ano, com contratações, o clube gastou mais de R$ 7 milhões. Vale lembrar que ainda restam oito parcelas referentes à compra do atacante Souza (que custou R$ 6,4 milhões no total) e mais US$ 220 mil (R$ 440 mil) para o Flamengo, por conta da transferência do volante Cristian, em setembro de 2008.

Os R$ 3,5 milhões por Morais também serão pagos até abril de 2010 ao empresário Carlos Leite.